Consumo, comportamento e futuro

Consultor dá dicas para quem quer construir um novo relacionamento com o orçamento

Viver sem precisar trabalhar todos os dias, só com os rendimentos de um montante que está investido, parece uma realidade muito distante da sua? Se a resposta for sim, fique sabendo que até quem entende muito do assunto pode concordar com você.

Consultor financeiro que visa dar um olhar mais humano ao dinheiro, Eduardo Amuri, é assertivo ao afirmar que esse objetivo de vida é irreal para a maioria dos brasileiros, porém, é possível encontrar caminhos para poupar e ter uma vida financeira mais saudável. “Defendo que devemos partir de um planejamento financeiro básico, ter noção de como nossa vida financeira funciona hoje, saber a quantia que entra e que sai”, explica.

Como primeiro passo em busca dessa evolução financeira, Amuri aconselha iniciar uma reserva automática, mas com um diferencial: guardando menos do que considera ideal. “Se eu acho que consigo guardar R$ 300 por mês, então eu vou guardar R$ 150 para ter certeza de que vai funcionar. Dessa forma, a reserva começa a se formar, começamos a pegar gosto pela coisa e aí fica mais fácil”, aconselha.

Com a reforma da previdência em pauta no país, os brasileiros começaram a prestar mais atenção em suas finanças e também temer pelo futuro. Sendo assim, esse é um bom momento para olhar para a sua renda com mais cuidado e também de uma maneira mais positiva.

Acreditar que planejamento financeiro é um assunto chato torna a relação com o dinheiro negativa. “Quando a gente está falando sobre dinheiro, estamos falando sobre sonho, sobre desejo, sobre frustração, sobre aspirações. Se estamos pensando em tudo isso, como pode ser um assunto chato? É só a abordagem que é errada”, explica Amuri.

Como bem sabemos, a relação com o dinheiro é emocional. O hábito de comprar algo como recompensa depois de um dia ruim, por exemplo, pode provar isso. É preciso estar bem emocionalmente, equilibrado, para conseguir ter uma relação inteligente com sua renda.

Amuri dá algumas dicas para te ajudar a construir um novo relacionamento com sua renda, confira:

  • Salário baixo não é desculpa para ter uma vida financeira bagunçada. “Pessoas que não conseguem administrar um salário de R$ 1 mil, muito provavelmente não vão conseguir administrar um salário de R$ 10 mil”, afirma Amuri.
  • Está tentando criar o hábito de poupar? Amuri recomenda que crie uma rotina automática, que não gaste muita energia para mantê-la, ou seja, programe transferências mensais, seja para criar uma reserva de emergência ou para aplicar em corretoras de investimento.
  • Um jeito alternativo de criar este hábito é cancelando uma despesa fixa, que no fim das contas você já não valoriza tanto, como uma assinatura de revista, por exemplo, e continuar separando esse valor mensalmente. “A partir disso, agende uma transferência para algum lugar. A poupança não é recomendada por conta da baixíssima rentabilidade, mas existem uma série de investimentos que uma pessoa leiga pode fazer”, aconselha.
  • Não fique obcecado em ser independente financeiramente e negligencie outros assuntos e questões que também são importantes. Caso esse seja seu objetivo, procure vê-lo de uma maneira mais leve e não como única oportunidade de sucesso.
     
  • “Para fazer um bom planejamento financeiro não será preciso mais do que contas de adição ou subtração, não precisa saber porcentagem, nem formula do Excel, pode ser uma coisa bem básica. Dessa forma, o assunto ficará naturalmente menos chato”, finaliza.

Tags: especial independência financeira

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