Hoje é um dia em que muitas de nós, mulheres, estamos acostumadas a receber congratulações e, com elas, flores, bombons, lembrancinhas sem muita utilidade... Mas você entende o porquê disso tudo?
A razão da data é muito mais profunda, historicamente falando. Em 1975, o dia foi oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e é comemorado desde o início do século 20. Trata-se de um dia em que se reivindica igualdade de gênero, uma vez que se remete ao trabalho e à luta das mulheres que trabalhavam no universo fabril em países como Estados Unidos e em alguns países da Europa.
Segundo a socióloga, coordenadora da USP Mulheres, pioneira nos estudos dos direitos das mulheres no país, Eva Blay, “a situação da mulher era muito diferente e pior que a dos homens nas questões trabalhistas daquela época”.
Pelos noticiários, vemos milhares de mulheres indo às ruas, protestando – muitas com o apoio dos maridos, companheiros(as)para estarem à frente desse chamamento. E espera-se que o mundo as escute. Porque falar de feminicídio e toda a violência que as mulheres vêm sofrendo é urgente.
Quando analisamos a história, entendemos a importância de tantas mulheres que lutaram para que hoje tenhamos grandes transformações na sociedade. E trazendo para o dia de hoje, 8 de março, refletimos sobre a palavra empoderamento. Por que é tão importante falarmos disso?
Empoderamento
Para responder o que significa o ato de empoderar, trouxemos a ONU Mulheres, que transmite com clareza o conceito:
Empoderar mulheres e promover a equidade de gênero em todas as atividades sociais e da economia são garantias para o efetivo fortalecimento das economias, o impulsionamento dos negócios, a melhoria da qualidade de vida de mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento sustentável.
Uma mulher empoderada pode tornar a sociedade mais justa, menos preconceituosa e violenta, já que promove a aceitação e tolerância a todo e qualquer tipo de diferença.
Empoderamento feminino é superar diferenças enraizadas na sociedade que antes não eram questionadas. É conversar, apoiar, guiar, entender, lutar para um propósito igualitário e satisfatório. E isso não se faz sozinha.
Sororidade. Feminismo
Você já ouviu falar em sororidade?
Trata-se da união entre mulheres que “se reconhecem irmãs formando um grupo político e ético na luta pelo feminismo contemporâneo”. Em outras palavras, é compreender a outra mulher, sem julgamentos, sem restrições, pondo-se no lugar dela. Sejam quais forem as escolhas dela, você a entende e revela o seu posicionamento, fazendo-a também compreendê-lo. Uma entende a outra. Uma segura a mão da outra.
E a sororidade vem acompanhada do feminismo, que vem ganhando mais espaço nas mídias. Entretanto, ainda há quem o desconheça e, portanto, o veja como um estigma totalmente equivocado.
Marcado por atos polêmicos, o histórico do feminismo é tido com certa relutância pela sociedade. Mas o que o movimento prega nada mais é que o papel da mulher na sociedade e a sua construção retrógrada, em que mulher pode ou não fazer isso ou aquilo.
É fundamental entender que o feminismo existe para que a população feminina tenha melhores condições de vida, com projetos políticos que atendam as carências, assegurem a vida da mulher, garantam participação em espaços onde ainda não ocupam, combatam assédio (de qualquer natureza), entre muitos outros pontos.
A gente sabe que ainda há um longo caminho a ser percorrido para que nós, mulheres, tenhamos a igualdade que merecemos. O protagonismo social feminino ainda é ínfimo, mas é possível apoiarmos umas às outras consumindo, comprando, valorizando, incentivando tudo que venha de outras mulheres.
E sim, merecemos celebrar o que temos conquistado até hoje. Afinal, somos milhões de guerreiras, lutadoras, que arregaçam as mangas e trabalham duro, seja em casa, na rua, no comércio, nas grandes empresas, no ar, nas mídias, em todo lugar. Por isso, merecemos respeito, acima de tudo.
Feliz Dia da Mulher!