É possível se reinventar na meia-idade?

A meia-idade deve ser um período de reflexão e comprometimento com suas responsabilidades. Assim, poderá dar um novo rumo para sua vida

As gerações que nasceram antes dos anos 1980 tiveram uma vida diferente do modelo atual. De modo geral, trabalharam muito tempo na mesma empresa, progrediram na carreira, conquistaram independência financeira, criaram os filhos e agora estão na meia-idade, próximos de se aposentarem.

O estilo de vida, considerado conservador e estável, leva a um questionamento: é possível se reinventar na faixa dos 40 a 60 anos? Essa pergunta ganha importância dado o conflito geracional vivenciado hoje, em que os mais jovens vivem sob novos paradigmas em relação a trabalho, relacionamentos, entre outros aspectos.

Porém, qual é a resposta certa? Vamos refletir sobre o assunto. Confira!

O que caracteriza a meia-idade?

Atualmente, essa fase cronológica está localizada entre os 40 e 60 anos, época em que os adultos já estão com os filhos criados, formando suas próprias famílias, e pensando em se aposentar. Muitos passam pela chamada síndrome do ninho vazio. Outros buscam uma ressignificação que não sabem onde encontrar.

Essa situação gera até depressão. Isso é o que revela um estudo do governo britânico sobre bem-estar. Conforme o levantamento, as pessoas nessa faixa etária estão bastante insatisfeitas com suas próprias vidas e apresentam elevados níveis de ansiedade, que ocasionam problemas emocionais e físicos.

No entanto, esse pode ser o momento de dar uma guinada — tudo depende da maneira como você olha para as situações que aparecem. O psicólogo Carl Jung indicava que a meia-idade trazia liberdade para as pessoas, porque elas deixavam de ser responsáveis pela criação dos filhos. Nessa nova fase, poderiam expressar aspectos de sua personalidade que haviam suprimido.

Assim, mais do que um período complicado, a meia-idade também pode ser encarada como um momento de renovação, de mudança.

Como aproveitar as oportunidades da meia-idade?

A pausa feita na meia-idade exige muito cuidado. Os pensamentos são importantes, mas é preciso evitar as preocupações e o desespero. É normal sentir que o tempo passou muito rápido e que não aproveitou os momentos em toda sua plenitude. Contudo, entrar em um processo de vitimização é prejudicial.

O melhor é aprender a lidar com os erros do passado e passar por eles. Mesmo que você perceba que construiu uma boa vida financeira, pode chegar à conclusão que descuidou de si mesmo ou de sua família.

Esse é o momento de assumir a responsabilidade e ver o que pode ser modificado. O futuro requer planejamento e isso nos leva a duas perguntas:

  • Qual é o meu legado?
  • Qual é o sentido, a missão e o propósito da minha vida?

Ao pensar sobre esses aspectos, é importante desenvolver um olhar interior que equilibre sonhos, fragilidades, incertezas, intuições e sonhos. Além disso, é essencial depender cada vez menos da opinião das outras pessoas, ou seja, da valorização exterior.

Lembre-se de que esse é o momento de assumir suas responsabilidades individuais e não delegáveis, e deixar de lado as demandas externas, que nem sempre são relevantes para você.

Para facilitar esse processo, conte com a ajuda de psicólogos, religiosos, orientadores, terapeutas e consultores, que ajudarão a repensar a sua vida e o que fazer com a sua situação atual. Evite as receitas mágicas e de autoajuda. Tenha em mente que esse é o período certo para se expor diante do mundo.

É dessa forma que você assume autoridade da sua própria vida. Esse também é o caminho para seguir em frente, encontrar uma nova profissão ou um hobby, fazer novos amigos e mais. Perceba que se aposentar não significa sair do mercado de trabalho de maneira definitiva nem deixar de colocar em prática suas aptidões e seus talentos.

O objetivo, na verdade, é justamente o oposto. Como agora você tem menos responsabilidades e provavelmente tem uma vida financeira mais organizada, pode colocar seus sonhos e desejos em prática. Basta fazer isso com responsabilidade e conhecimento.

Depois de ler este artigo, a que conclusão chegou? Pense sobre o assunto e tome a sua decisão. Você também pode ajudar outras pessoas a repensar seus estilos de vida na meia-idade.

 

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