Segundo uma pesquisa encomendada pela FenaPrevi (Federação Nacional da Previdência Privada) ao Instituto Ipsos, 49% dos brasileiros consideram que a reforma da Previdência é mesmo necessária e deve ser tratada pelo próximo presidente.
Contudo, ainda há muita desinformação no que diz respeito ao sistema atual do INSS e quem paga as contas dele. 53% dos entrevistados acreditam que o sistema deve se manter com os próprios recursos — contudo, o que vem acontecendo ao longo dos anos é que essa conta não está fechando.
Para que você possa entender um pouco mais sobre como funciona o sistema de aposentadoria no Brasil hoje e por que uma reforma pode ser mesmo necessária, explicaremos tudo a seguir. Continue lendo conosco!
Por que fazer uma reforma na Previdência?
A Previdência vem registrando rombos anualmente e eles são crescentes. Isso significa que a quantia que o INSS arrecada todos os anos não é suficiente para arcar com o que ele paga aos trabalhadores.
Em 2017, o déficit da Previdência, ou seja, a diferença entre o valor arrecadado e o valor gasto, foi de R$ 268,8 bilhões. Hoje, os gastos do INSS já representam cerca de 13% do PIB brasileiro, um valor alto quando comparado a outros países desenvolvidos.
Além disso, os brasileiros estão vivendo mais. Segundo projeções do IBGE, as pessoas idosas representaram um terço da população total do país em um período de 32 anos. Isso significa que, se as regras forem mantidas como são hoje, os gastos do INSS pularão para 23% do PIB nacional.
Não é preciso dizer, portanto, que se hoje já temos um déficit grande, a previsão é de que ele continue aumentando caso nada seja feito.
Isso significa que uma reforma é necessária?
Sim, a reforma da Previdência é necessária. Alguns argumentam que é possível fazer um reajuste de despesas e cortar em outras áreas para direcionar os valores à Previdência. Porém, a realidade é que as despesas do INSS já representam 52% dos gastos primários (que incluem educação, transporte e saúde) da União.
Ou seja, sem reforma, todos os demais serviços podem acabar prejudicados ou a carga tributária pode ficar ainda mais pesada para o brasileiro.
Mas se a reforma da Previdência é mesmo necessária, resta saber se os novos termos que ela propõe realmente resolvem o problema, ao mesmo tempo que garantem os direitos dos aposentados.
O que mudaria com a reforma aprovada?
A principal mudança que a reforma propõe é a exigência de idade mínima para aposentadoria. Do jeito que é feito hoje, qualquer trabalhador homem que contribuiu por 35 anos ou mulher que contribuiu por 30 anos pode se aposentar independentemente da idade que tem na data do pedido.
Com a reforma, no entanto, será exigida uma idade mínima de 62 para mulheres e 65 anos para homens. O que faz sentido, considerando que hoje a expectativa de vida do brasileiro é de 75,8 anos — mais tempo para continuar ativo no mercado.