Criada em 1991, sob regência de um novo pacote de medidas econômicas nomeado Plano Collor II, no mandato do ex presidente Fernando Collor de Melo, a taxa referencial impacta ainda hoje as transações financeiras dos brasileiros.
Ao ser lançada no país, a TR era baseada em dois objetivos centrais: desindexar preços e combater a hiperinflação.
Atualmente, opera como um ponto de referência ou indicador geral da economia brasileira.
Apesar de pouco conhecida pela população geral, a Taxa Referencial influencia diretamente incentivos financeiros muito cotidianos, como a correção monetária de empréstimos e Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS).
Para quem aplica dinheiro na poupança, ela é mais conhecida desde 2012, graças à uma mudança feita pelo governo em relação à forma de calcular como as cadernetas do país devem render.
Na poupança, quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, o rendimento é de 0,5% ao mês com acréscimo de TR. Quando, porém, a Selic anual está igual ou abaixo de 8,5%, o rendimento da poupança será 70% da Selic, mais a TR.
Visando transparência na evolução da Taxa Referencial, o Banco Central (BC) permite acompanhamento diário sobre o comportamento da taxa em seu site e permite simulações de correções de valores influenciados por ela através do portal Calculadora do Cidadão.
Como a Taxa Referencial é calculada?
O Banco Central se baseia nas taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional (LTN) para gerar a fórmula de cálculo da Taxa Referencial, desde fevereiro de 2018.
Para chegar lá, aplica-se a seguinte fórmula:
R = a+b x TBF
Sendo R = redutor;
a = valor fixo igual a 1,005 (valor definido na criação da taxa);
b = valor referente à Tarifa Básica Financeira (TBF), divulgada pelo Banco Central.
Após definido o valor de R, os valores devem ser substituídos na seguinte fórmula:
TR = 100 x [ ((1 + TBF)/R) - 1]
Por anos considerada fundamental nas transações financeiras, desde 2017 a Taxa Referencial encontra-se zerada.
Isto se deve, principalmente, à queda da taxa Selic. Por convenção, o Banco Central, ao calcular TR negativa, passa a considera-la como zero.
Com a Taxa Referencial zerada há mais de três, as principais consequências são a redução da rentabilidade do FGTS e da poupança.