Você está financeiramente preparado para morar sozinho?

Assumir um imóvel traz consigo uma porção de responsabilidade que demanda dedicação e custa dinheiro

Não é raro encontrar pessoas que, assim que chegam à juventude, em nome da liberdade decidem deixar a casa dos pais para morarem sozinhas. Porém, ter um canto para chamar de seu requer mais do que vontade de declarar a própria independência. Afinal, assumir um imóvel traz consigo uma porção de responsabilidade que demanda dedicação e custa dinheiro. Por isso, antes de optar por cortar de vez o cordão umbilical, é importante checar se realmente possui condições de arcar com todas as despesas da casa própria e as habilidades necessárias para cuidar de um lar.

Segundo o planejador financeiro Valter Police, muita gente sai de casa sem organizar as contas e somente após a mudança percebe os altos custos da moradia. “A dica é sempre planejar o orçamento, para minimizar as surpresas, pois sempre haverá alguma”, afirma o especialista. Quem tem tudo na ponta do lápis e uma boa reserva de emergência na poupança tem passe livre para dar esse passo rumo à independência. “O ideal é ter de três a seis vezes o valor da renda mensal guardado para imprevistos”, aconselha.

Da mesma forma, saber lavar e passar roupa, cozinhar e fazer a limpeza da casa é um diferencial na hora de morar sozinho. Essas habilidades podem significar uma grande economia com empregada doméstica ou diarista ao fim do mês. Quem não leva muito jeito com os afazeres domésticos deve considerar a necessidade de incluir na lista de gastos da nova casa o valor destinado a essa profissional.

Se os gastos totais por mês com a nova moradia – que incluem despesas como aluguel ou parcela de financiamento, condomínio, água, eletricidade e telefone, entre outras – ultrapassarem 50% de toda a renda mensal, a melhor alternativa é esperar mais um tempo para viver sozinho. “Para quem acabou de sair de casa, gastar 50% de tudo o que ganha por mês para manter a casa é aceitável. Mais do que isso não é aconselhado. Mesmo assim, esse valor deve ir diminuindo com o tempo”, alerta Carlos Honorato, economista da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Mesmo assim, se ainda não for o momento ideal para a mudança, uma saída para defender o seu espaço e também aliviar as despesas dos seus pais é ajudar a pagar algumas contas. “O fato de morar com os pais não significa dizer que não possa ou não deva contribuir com as despesas de casa”, conclui Honorato. Na verdade, essa é uma forma de começar a assumir responsabilidades e se preparar para, mais adiante, ter completa autonomia sobre a própria vida financeira.

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