Como se sentir mais seguro em época de desemprego

Todos estão sujeitos a uma infinidade de imprevistos, porém nesta época de tanta instabilidade econômica e política em que o Brasil está passando, a insegurança cresce

Como se sentir mais seguro em época de desemprego elevado e de forte instabilidade prevista para o cenário político e econômico? 

Tatiana Felix Bauab, planejadora financeira pessoal, responde: 

Todos estão sujeitos a uma infinidade de imprevistos, porém nesta época de tanta instabilidade econômica e política em que o Brasil está passando, a insegurança cresce e nos deparamos com este mesmo questionamento: o que fazer e como nos preparar para um eventual imprevisto, como o desemprego, não é mesmo? Por isso, é importante se organizar com antecedência para as eventualidades e não ser pego de surpresa. 

A melhor forma de se sentir mais seguro ao atravessar a fase de desemprego é formando uma reserva financeira, poupança, fundo de emergência ou colchão de emergência. Chame como quiser, mas, no fim das contas, as duas regras mais antigas de todas em relação ao dinheiro devem ser sua prioridade zero: gaste menos do que ganha e guarde dinheiro, porque, com ou sem emprego, as contas fixas chegam e precisam ser pagas. 

Mas é possível guardar dinheiro no meio de tantas contas para pagar? 

Sim, é possível. O primeiro passo é fazer um bom controle financeiro. Analise e liste seus gastos, refletindo sobre o que é importante para você e sua família, considerando as necessidades e desejos individuais ao classificar o que pode ser mantido ou cortado, evitando direcionar os recursos para despesas que não agreguem valor a vocês. 

Após esta análise, sugerimos que procure direcionar o máximo possível da sua renda para a construção da reserva financeira. Se neste primeiro momento não for possível guardar um percentual alto, guarde um percentual menor e vá aumentando aos poucos. O mais importante é criar o hábito de guardar todos os meses. 

Mas não guarde sua reserva em casa. Existem algumas opções no mercado financeiro, com baixo risco, para que a sua reserva seja investida e lhe traga retorno, tais como, Tesouro Selic (títulos públicos), fundo de investimento DI, ou CDB DI de bancos de primeira linha, que tenham liquidez diária. Esses investimentos apresentam baixo risco de mercado no resgate antecipado. Ou seja, são ideais para investir recursos que possam ser resgatados a qualquer momento, sem previsão. 

Caso opte por um fundo de investimento, verifique a taxa de administração, que pode ser bastante alta para investimentos menores. E no caso dos CDBs, verifique a rentabilidade paga pelo banco, que também costuma ser baixa quanto menor o valor investido. Já o Tesouro Selic paga a mesma rentabilidade para todos os investidores e há corretoras que oferecem isenção na taxa de custódia. 

Se você tiver filhos em idade escolar e tenha a preocupação de mantê-los em uma escola particular e, caso o desemprego aconteça - ou até mesmo more de aluguel e se preocupa em continuar pagando -, saiba que existe o seguro contra a perda da renda, oferecido por algumas seguradoras. 

Este seguro não cobre o valor do salário perdido, mas paga contas como aluguel e mensalidade escolar, dependendo da apólice contratada. O seguro de perda da renda, com proteção educacional, pode ser contratado por ano letivo ou ciclos (fundamental, médio ou universitário). O valor a ser pago à seguradora depende do período contratado e do valor da mensalidade. O seguro de perda da renda, com proteção de moradia, pode ser usado também para cobrir despesas com aluguel e condomínio. Alguns preveem até o pagamento de despesas de consumo, como água, gás e luz. 

Aproveite para criar o costume de reservar dinheiro, pensar no futuro e se proteger. Com o tempo, sua reserva estará feita e você já terá o hábito de poupar para atingir seus objetivos. 

Tatiana Felix Bauab é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros) E mail: tatibauab@hotmail.com

Texto: Valor Econômico

Tags: desemprego imprevistos instabilidade segurança

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