Se você convive com uma criança, em algum momento já deve ter ficado boquiaberto com uma fala ou atitude dela e pensado “quem te ensinou isso?”. Mas isso que acontece é exatamente o percurso da vida, as crianças nascem e crescem de forma autônoma, demonstrando os próprios pensamentos e habilidades. É aí que os adultos tiram lições importantíssimas.
A primeira lição que os pais devem tirar dessa relação com as crianças é que elas não nascem para seguir um roteiro pré-definido pelos genitores. Não é dever dos adultos decidir que caminho elas devem seguir, muito pelo contrário, é observando o caminho delas que tiramos lições de como lidamos com o nosso próprio caminho.
Outro ponto é observar suas reações a partir das crianças. Se você percebe que seu filho anda estressado, que ele grita com as pessoas, pode ser que ele esteja repetindo uma ação que viu em você. Muitas vezes ciclos se repetem na família e cabe ao adulto romper isso, mudando as próprias atitudes, para que as crianças também tenham reações tranquilas.
A mente das crianças é algo fantástico, uma fábrica de ideias fora da caixinha que podem romper as barreiras do que somos acostumados a vivenciar. Muitas vezes quando crescemos deixamos essas ideias para trás e somos moldados a apenas fazer o que a sociedade prega. Conviver com uma criança é uma oportunidade de resgatar essa luz criativa.
É essa habilidade de pensar de maneira fértil que faz as crianças criarem respostas fora do óbvio. Quando tiver um problema, tente pensar diferente da lógica de um adulto, o poeta Gonzaguinha já dizia “eu fico com a pureza da resposta das crianças”. A solução para a sua preocupação pode vir de um pensamento deste.
Além da criatividade, a mente dos pequenos guarda algo que deveria ser resgatado por todos os adultos: a inocência. Eles geralmente vivem sem maldade, sem julgamentos, muitas vezes levando as coisas da vida ao pé da letra. A inocência é aliada de um bom coração. Assim, ela pode ser utilizada para fazer o bem ao próximo.
Para que você reflita sobre essas lições dadas pelas crianças, a autora Shefali Tsabary, no livro “Pais e mães conscientes” revela algumas perguntas que fazem nós adultos pensarmos sobre a vida sob a perspectiva dessa relação com as crianças, confira algumas:
- Qual é a missão da minha vida?
- Examinei meu passado e vi que estou representando um roteiro de vida particular com base na minha família de origem?
- Sou capaz de ver meus padrões recorrentes observando como meus relacionamentos com as outras pessoas se desenrolam?
- Estou ciente de como projeto minhas emoções nos meus filhos e cônjuge?
- Como processo minhas emoções quando sou provocado?
- Quanta pressão coloco sobre meu filho para que se torne a pessoa que desejo que ele seja versus quem ele é naturalmente?
- Olho para meu filho e constantemente o vejo por tudo que ainda precisa se tornar, ou sou capaz de ficar tranquilo com ele e encantado com tudo que já é?
- Como ensino meu filho a ter conexão interna?
Por fim, aproveite a companhia das crianças, ensine e aprenda diariamente e tenha consciência de como está sendo essa relação a partir das perguntas apresentadas. O ideal é que possamos levar essas grandes lições para a vida inteira.