As pessoas mais jovens são, em geral, consideradas mais impetuosas e menos previdentes do que a média. Natural, não é mesmo? Com a vida toda pela frente, é de se esperar que elas sonhem mais, se arrisquem mais e se planejem menos. Quando o assunto é aposentadoria, no entanto, essa realidade se revela não tão verdadeira assim. Ao menos é o que apontam algumas pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos sobre os hábitos de poupança da população. Felizmente!
De acordo com um estudo conduzido pela gestora global Natixis Global Asset Management, os mais jovens estão começando mais cedo a poupar para a aposentadoria. A chamada “Geração Y” é formada por pessoas de até 34 anos de idade. E eles, segundo a pesquisa, dão início às economias por volta dos 23 anos – bem antes das pessoas uma ou duas gerações mais velhas. Quem tem de 35 a 50 anos (a chamada “Geração X”) começou a poupar, em média, aos 30 anos. Já quem tem acima de 51 anos (conhecidos como “Baby Boomers”) iniciou ainda mais tarde – por volta dos 33 anos. A gestora ouviu 1.000 investidores americanos de idades variadas.
Pesquisas com resultados como esses costumam ser comemoradas – mais ainda pelos consultores financeiros. Afinal, quem já não ouviu dos especialistas que o tempo é o melhor amigo das economias para o futuro? Não é para menos. Quem começa a poupar cedo tem os juros a seu favor. Além disso, pode guardar uma quantidade pequena de dinheiro todos os meses, “diluindo” o esforço de economia – e, mesmo assim, conseguir juntar recursos suficientes para viver bem na velhice.
E aqui no Brasil?
Estudos indicam que as pessoas costumam iniciar as economias para a aposentadoria mais tarde – segundo a edição de 2013 da pesquisa “O Futuro da Aposentadoria”, realizada anualmente pelo banco HSBC, quem tem um planejamento para poupar para a velhice começou a fazê-lo por volta dos 26 anos. O problema é que apenas uma parcela muito pequena da população tem essa preocupação em algum momento da vida. A mesma pesquisa revela que 64% dos brasileiros nunca guardaram nenhum centavo para a aposentadoria. E o que é ainda mais alarmante: esse percentual é maior (de 69%) entre as pessoas mais velhas, com idades entre 45 e 54 anos, que têm menos tempo pela frente para recuperar o prejuízo.
A experiência vivida e os percalços enfrentados por quem já chegou na idade de parar de trabalhar influenciam na forma como essas pessoas encaram o ato de poupar. A edição de 2015 da pesquisa realizada pelo HSBC pediu para que os já aposentados refletissem sobre seus hábitos de economia do passado. As respostas indicam que muitos deles teriam agido de forma diferente para aumentar o padrão de vida na aposentadoria. Cerca de 36% afirmam que teriam economizado mais e 35% dizem que teriam desenvolvido um plano financeiro para o futuro. E o que é mais revelador: quase 40% dos aposentados consideram que para manter uma vida confortável na velhice é necessário pensar no assunto e montar um plano de poupança até – NO MÁXIMO! – os 30 anos de idade.
E você, já começou a fazer a sua parte? Fica a dica: quanto antes você começar, melhor!
Fonte: Como Investir