Desde 1971 é realizado anualmente o Fórum Econômico Mundial (ou WEF, a sigla em inglês para World Economic Forum). O evento, que começou como uma organização não governamental, hoje é um dos mais importantes no cenário mundial e reúne personalidades como artistas, políticos, empresários e líderes sociais.
O WEF discute pautas importantes para a sociedade, principalmente para o futuro, uma delas o envelhecimento saudável. Contudo, além da reunião principal, realizada no fim de janeiro em Davos, nos Alpes Suíços, existem inúmeras iniciativas que fluem em paralelo, uma delas é o Conselho Global do Futuro (CGF), faz parte dele o brasileiro Alexandre Kalache que é um epidemiologista médico especializado no estudo do envelhecimento.
Para entender como funciona, o CGF tem um encontro anual em novembro, nos Emirados Árabes Unidos. São cerca de 700 participantes e Kalache faz parte desde a criação, em 2008. As pessoas são divididas em 41 subgrupos e ficam três dias seguidos em discussão sobre assuntos que são experts.
O tema de Kalache é longevidade, mas existem outros como energia renovável, meio ambiente, economia digital, saúde pública e educação, investimentos, infraestrutura, sistemas financeiros e mais.
Em sua coluna no blog “Viva a Longevidade”, o médico conta detalhes do seu trabalho na CGF. “A última reunião do CGF-Longevidade (realizada no início de novembro) contou com a presença de 14 de seus membros e foi coordenada pelo Presidente da Academia Americana de Medicina, Victor Dzau”, afirmou.
Um dos acordos feito nessa última decisão foi de descobrir o que é necessário fazer para aumentar a expectativa de vida global com saúde, isso diz respeito ao envelhecimento com qualidade, não somente mais anos de vida.
“O trabalho do CGF-Longevidade ao longo do próximo ano será focado em tornar o WEF um protagonista na agenda internacional do envelhecimento com saúde. Para tanto, será necessário influenciar as agendas de outros conselhos e trabalhar de forma transversal”, concluiu Kalache.
Envelhecimento no Brasil
O envelhecimento da população brasileira é um assunto que preocupa especialistas. Kalache, por exemplo, considera que no Brasil o envelhecimento está acontecendo em paralelo com a pobreza, diferentemente de países europeus que enriqueceram antes de envelhecer. O caso do nosso país é um alerta.
Uma recomendação do médico é que o Brasil se espelhe em nações que estão envelhecendo rapidamente e com poucos recursos como os vizinhos latino-americanos Chile, Uruguai, México, Argentina e Colômbia que têm mais políticas voltadas para a terceira idade.