É esse personagem quem toma conta do seu dinheiro. Por isso, além do cafezinho, o gerente da sua conta ainda pode lhe oferecer algumas sugestões de investimentos. Ou, dependendo da sua situação financeira, algumas opções de empréstimo.
No entanto, é preciso levar em conta que o seu gerente também pode enfrentar um conflito de interesses. Ele está lá para atender às necessidades do cliente da melhor maneira possível, é verdade, mas também precisa cumprir as metas exigidas pelo banco em que trabalha. Por isso, pode ser que ele lhe indique não o produto que realmente resolva o seu problema, mas talvez o que venha a trazer mais rentabilidade ao banco, prejudicando, por outro lado, a sua vida financeira.
Para fazer do seu gerente um conselheiro em quem você realmente possa confiar, e ainda fugir de armadilhas, é preciso estar bem informado – e mostrar a ele que você pesquisa e entende do assunto. Conheça, a seguir, alguns pontos que exigem atenção nas negociações feitas com esse profissional.
Preste bastante atenção antes de aceitar os “benefícios”
A concessão de crédito deve ser baseada em critérios objetivos, como o salário de quem está pedindo o dinheiro emprestado, o nome que a pessoa tem na praça (se está negativado ou não) ou até mesmo uma ordem de cobrança judicial que ela venha a ter e que diminua a renda no final do mês. Porém, se não houver nenhum impeditivo, é bem provável que o banco conceda o empréstimo. No entanto, antes de aceitar, é preciso comparar todas as opções de crédito que são oferecidas e as taxas cobradas em cada uma delas, dentro e fora do seu banco.
Além disso, é preciso atenção caso o seu gerente tente amarrar a concessão do empréstimo à compra de outros produtos que você não quer e nem precisa. “Oferecer cartões de crédito ou seguros de vida, e ainda vincular isso à liberação do crédito, é considerada prática abusiva, proibida pelo Código de Defesa do Consumidor. O cliente que for vítima desse tipo de atitude não só deve se recusar a fechar negócio, como ainda pode denunciar o ocorrido”, diz Renata Reis, supervisora de assuntos financeiros da Fundação Procon de Proteção e Defesa do consumidor de São Paulo.
Fuja dessas armadilhas
Outro cuidado diz respeito aos conselhos que o seu gerente lhe dá sobre investimentos. Vale a pena ouvir a opinião dele sobre o que fazer com o seu dinheiro, claro. Mas é importante que ela não seja a única. Se não tiver nenhum consultor financeiro a quem possa recorrer, pelo menos pesquise sobre os produtos sugeridos pelo seu gerente na internet ou consulte outros profissionais que trabalham em bancos concorrentes. Nessas pesquisas, tente saber exatamente quais são os rendimentos que cada uma das aplicações pode lhe oferecer, qual é o nível de risco e, principalmente, quais são os encargos que a instituição financeira lhe cobrará para administrar os recursos.
Um dos produtos que os gerentes adoram vender, e que são um péssimo negócio, na opinião dos especialistas em finanças, são os títulos de capitalização. A promessa é que, mesmo pagando pouco por mês, você tem a chance de ganhar bons prêmios em dinheiro. Porém, o que os educadores financeiros afirmam é que, na verdade, esses títulos servem, sim, para capitalizar recursos para a instituição e não para o cliente. Afinal, se tirar o dinheiro antes do prazo, vai perder os rendimentos, pois as taxas cobradas são altas. Como se não bastasse, a chance de ganhar prêmios é muito pequena. E se a ideia é contar com a sorte, melhor comprar um bilhete de loteria.