O influenciador digital, tradução de digital influencer, em inglês, surgiu com a evolução do consumo de produtos, serviços e informações. Em outras palavras, ele é um produtor de conteúdo que utiliza canais da internet para influenciar comportamentos. Associados à motivação pessoal e aos fatores socioculturais, os influenciadores são, na atualidade, os principais elementos capazes de direcionar uma decisão de compra e aproximar a marca do público.
Uma pesquisa realizada em 2015 pelo Governo Brasileiro apontou que o brasileiro passa mais tempo na internet do que em outra plataforma midiática. Já ODM Group constatou que mais de 70% dos consumidores analisados usavam as redes sociais para nortear decisões de compra.
Além de impulsionar as vendas, os influenciadores digitais compartilham desde cuidados com a pele e dieta (ou rotina de exercícios) até sugestões do que vestir e calçar. Popularmente conhecidos como “blogueiros”, eles podem influenciar mais do que personalidades da TV, do Cinema ou do entretenimento em geral. E é aí onde mora o perigo: o descontrole emocional e financeiro que essa interferência pode trazer para aqueles que acompanham tais estilos de vida. A psicóloga Cristiane Moraes Pertusi afirma que “não adianta usar como exemplo pessoas que vivem outra realidade, pois isso pode causar uma frustração em nós mesmos, por nunca conseguir fazer coisas parecidas”.
É inegável que estamos vivendo novos tempos, e os influenciadores são um meio de obter informações sobre o que buscamos. Mas também deve haver ponderação, já que essas pessoas também filtram o conteúdo e torna tudo melhor do que realmente pode ser. Esse filtro é justamente para mostrar a parte boa da vida deles: viagens paradisíacas, desfiles de moda internacionais, refeições coloridas, cabelos e corpos fantásticos. Com isso, vem o desejo insano de ser como eles são, usar o que usam, comer o que comem. Tudo funciona, tudo dá muito certo para eles. Mas e para pessoas como nós?
A realidade é bem diferente
Envolver-se com gastos desnecessários – como aquelas pílulas que fizeram o cabelo da blogueira crescer, ou como aquele creme que reduz medidas –, pode ser muito perigoso para a saúde e principalmente para o seu orçamento financeiro. Entenda que aquela bolsa de veludo verde da última semana de moda pode ser tão dispensável como vários itens efêmeros que o “fashionismo” pode ofertar. É importante frisar que alguns influenciadores são como vitrines e eles recebem para divulgar tais produtos. E certamente não usam nem a metade do que dizem que usam – assim como o creme redutor de medida. Muito do que se vê é baseado na mais pura publicidade.
Ter a clara percepção de que a realidade deles não é a mesma que a sua reduz a frustração. Sabe-se que, em um dado momento, não será possível acompanhar as compras incessantes da influenciadora. Logo, problemas financeiros e emocionais (autoestima baixa) podem devastar a sua vida. Perceba que a vida de novela que eles apresentam na internet pode nem ser tão fabulosa assim. Já imaginou quantos dias longe da família e dos amigos eles passam para manter os canais sempre atualizados? Quantas fotos e registros precisam ser feitos por dia para que os seguidores não se cansem deles e procurem por novos?
Veja 5 dicas para aproveitar o que os blogueiros oferecem:
- Não se descontrole financeiramente.
- Busque pelo que realmente te interessa.
- Nem tudo é tão real assim.
- Reflita e não se deixe levar.
- Reconheça as SUAS qualidades.
Repense suas atitudes em relação ao que se vê na internet. Tente viver a sua vida desfrutando de bons momentos com quem gosta e não se compare tanto com pessoas que estão longe, que você nem conhece.
Curiosidade
O Centro Universitário Brasileiro (Unibra), em Recife, criou o curso tecnólogo de digital influencer. Os alunos terão base para trabalhar com marketing, comunicação digital, gestão de mídias sociais, produção de vídeo e escrita. A primeira universidade a criar o curso de digital influencer foi a Universidade Industrial e Comercial Yimo (YWICC), na China.