Com os juros em queda no país, vale a pena investir no exterior?

Juros brasileiros estão no menor patamar da história, investidores procuram soluções

Se você é investidor já deve ter se deparado alguma vez com a dificuldade de encontrar um investimento que gere perspectiva de bons retornos, agora com os juros mais baixos no Brasil, isso tem sido cada vez mais comum. Uma boa solução está em atravessar fronteiras: os investimentos no exterior estão cada vez mais acessíveis. 

Diversificar a carteira de investimentos sempre foi uma estratégia recomendada por especialistas, neste caso, a sugestão é contar com os investimentos nacionais que você já está acostumado e abrir oportunidades para aplicações fora do Brasil. Assim, os riscos variam e claro, o retorno também.

Aplicações no exterior podem ser um mar de possibilidades, um exemplo disso está relacionado à bolsa de valores. Aqui no Brasil existem um pouco mais de 300 empresas no pregão da B3, já nos Estados Unidos, são mais de 4 mil empresas listadas.

O brasileiro está diversificando mais

A procura por produtos de investimento no exterior a partir do Brasil aumentou nos últimos anos. Um exemplo é o Brazilian Depositary Receipts (BDRs), que são recibos de ações estrangeiras negociados na B3. Em 2015, os BDRs não-patrocinados, que incluem papéis de empresas famosas como Amazon, Google, Disney e Visa, movimentavam R$ 5,4 milhões por dia na bolsa brasileira. Ano passado esse número praticamente triplicou, o volume diário ficou em R$ 16 milhões. Além disso, teve um pico de R$ 23 milhões em 2018.

Um outro exemplo comum são os Exchange Traded Funds (ETFs), fundos de índices comercializados como ações na bolsa de valores. A média diária de negociação destes fundos passou de R$ 9 milhões, em 2018, para mais de R$ 12 milhões em 2019.

A grande vantagem, e consequentemente, facilidade destes fundos, é que eles são regidos pelas normas brasileiras, as carteiras são constituídas aqui, mas você pode alocar até 100% do seu patrimônio em ativos do exterior. 

No quesito de complexidade, esse tipo de aplicação requer praticamente o mesmo conhecimento de quem investe em ações. Neste caso, vale um bom estudo de estratégias de profissionais para entrar de vez nesta categoria de investimentos. 

Contudo, os produtos estrangeiros não estão disponíveis para todos os investidores. De acordo com a regulação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é necessário ser um investidor qualificado, aquele que tem pelo menos R$ 1 milhão em aplicações financeiras.

Os brasileiros que pretendem investir fora do Brasil devem estar atentos também a outro fator: proteção cambial. Conhecida também como hedge cambial, funciona como uma espécie de seguro que protege o patrimônio das variações do dólar. Em contrapartida, especialistas dizem que os fundos sem proteção também podem ser rentáveis, afinal, são dois ativos diferentes, renda variável e câmbio, os dois podem trazer benefícios, apesar do risco.

Em geral, negociar fora do país tem suas vantagens e desvantagens. Neste caso, cabe ao investidor decidir qual a melhor opção de acordo com o seu perfil e objetivos de aplicação. 

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