Fim do auxílio emergencial afetará economia brasileira?

Com o fim do benefício e a manutenção dos altos níveis de desemprego, cenário econômico pode ser desanimador para empresas e famílias

Em dezembro de 2020, foi paga a última parcela do auxílio emergencial, que teve o valor de R$300. Segundo informações da Caixa, o programa pagou mais de R$ 300 bilhões e beneficiou 67,8 milhões de pessoas, o que representa cerca de 60% da população..

Uma pesquisa realizada pelo PUC-RS, do Observatório das Metrópoles e do Observatório da Dívida Social na América Latina mostrou que por conta do auxílio emergencial, 23 milhões de moradores de grandes metrópoles caíssem em situação de extrema pobreza.

Isso mostra a extensão do impacto desse programa, que impediu que os prejuízos econômicos causados pela pandemia fossem ainda maiores. Ele foi o provável responsável pelo bom ano de alguns setores, como materiais de construção, móveis e supermercados, que terminaram o ano com alta de 9,9%, 9,6% e 5%.

Além disso, famílias das classes D e E fecharam com incremento de renda de 27% e houve uma alta 4,5% na renda ampliada, que se trata da renda de salários, ganhos de capital e transferência social.

E como fica o cenário econômico sem o auxílio?

Por isso, tudo indica que o fim do auxílio emergencial deve causar um grande impacto negativo na economia brasileira. Apesar do crescimento em alguns setores durante o ano passado, as previsões econômicas para o ano de 2021 não são nada animadoras, especialmente porque o desemprego vai continuar sendo um problema.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha mostrou que 36% das famílias que recebem auxílio emergencial não contam com outra fonte de renda. Com a redução do R$ 600 para R$ 300, 75% das famílias teve que reduzir a compra de alimentos e 65% teve que diminuir a compra de remédios.  E tudo indica que o cenário deve ficar muito pior.

 

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