O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), comumente utilizado como referência para correção dos valores de contratos de aluguel, fechou o ano em 23,14%, segundo informações da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Essa alta é três vezes maior que o número registrado no final de 2019, que foi de 7,31%, o que, para os contratos que utilizam o IGP-M como referência, significa um aumento de quase 25% no valor aluguel para os inquilinos.
Essa alta na taxa levou o mercado imobiliário a questionar se o IGP-M deveria continuar sendo usado como correção desses valores. A startup Quinto Andar, que trabalha com vendas e aluguel de imóveis, anunciou em novembro do ano passado que passou a usar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para reajustar os valores de aluguel em sua plataforma. O IPCA fechou o ano com valor acumulado de 7,71%.
O problema do IGP-M é que ele é muito mais adequado para mensuração de movimentação de serviços e da Indústria, pois verifica a variação de preços no atacado e ao produtor, o que inclui as commodities, que são cotadas em Bolsas do exterior, e tem seu valor ligado ao dólar. Com a grande alta no dólar ocorrida ano passado, os preços subiram, e, consequentemente, o IGP-M também.
O que fazer se o meu contrato tem valor corrigido pelo IGP-M?
Nesse caso, o que os especialistas indicam é que você chame o seu locatário ou a imobiliária que te atende para rediscutir o seu contrato e conversar sobre a possibilidade de um novo índice de correção de valores, como o IPCA, por exemplo.
Se você tem a expectativa de assinar um novo contrato de aluguel, fique atento a essa questão e confira se existe a possibilidade de alinhar os termos de revisão a um outro indicador, que não seja o IGP-M.