Ao considerar-se adulto, o ser humano entende que já tem todos os aspectos de sua personalidade definidos. E, a ideia social é de que, aos 30 anos, a personalidade está formada e os indivíduos consideram-se prontos para encarar os desafios cotidianos unicamente, argumento que era, inclusive, baseado em estudos.
Contudo, ao longo das décadas, o conhecimento de vida e convívio pode mudar – e muito – o modo como a pessoa encara a vida: a personalidade também ganha experiência!
O fenômeno, batizado de “maturação da personalidade” é foco de estudo do departamento de psicologia da Universidade de Edimburgo, na Escócia.
O estudo demonstra uma mudança significativa de personalidade na casa dos 70 a 80 anos, em geral provenientes de um controle emocional mais aprimorado e hábitos sociais mais altruístas devido à desnecessidade de aprovação de conduta.
O ensaio acadêmico derruba a teoria generalizada de que idosos são majoritariamente ranzinzas ou rabugentos, abrindo um leque de possibilidades de provas de condição de adaptação social muito mais receptiva que em outras idades: partindo da premissa de que a fluidez de consensos é muito maior quando as preocupações com aceitação de particularidades são menos nítidas.
A conscientização de cuidados de saúde básicos e hábitos saudáveis torna possível as ambições de longevidade e traz boas esperanças de lidar com os contrassensos diários com mais destreza e tranquilidade.
Entretanto, segundo o estudo, muito embora a personalidade passe por renovações, os desequilíbrios emocionais dependem sempre de medidas de tratamento para serem compensados. O que leva à reflexão de que, para pessoas que convivem a muitos anos umas com as outras, por exemplo, as mudanças de personalidade sejam mais difíceis de serem percebidas, uma vez que, se havia neurose aos 10 anos e ela não foi adequadamente tratada, permanecerá com o indivíduo aos 80 anos de idade dando a impressão de ausência de aprimoramento.
O estudo reflete que fatores genéticos e pressões sociais são a base de mudanças na personalidade e que bloqueios emocionais podem perdurar ao longo dos anos por mais compassividade que se possa adquirir.