Pare para pensar: as suas compras têm sido planejadas e geralmente envolvem itens dos quais você realmente necessita? Se hesitou em responder, é porque provavelmente está sendo influenciado pelas suas emoções no momento de consumir. “As emoções motivam as compras por impulso. Quando há um comportamento compulsivo, a pessoa até percebe que a atitude impensada pode trazer prejuízos, mas não consegue evitá-la”, explica Rafael Pinto Rodrigues de Paula, diretor clínico da Oficina de Psicologia, em Belo Horizonte.
O mais comum é querer aliviar emoções negativas comprando algo de que se gosta muito. Mas há, também, quem consuma quando se sente muito feliz, eufórico. De qualquer forma, o orçamento sofre. “Para lidar melhor com as emoções, o primeiro passo é ter consciência do processo. É preciso separar desejo e necessidade, para não inverter os papeis. O desejo pode ser momentâneo, enquanto a necessidade é mais urgente”, pondera a psicóloga Tatiana Filomensky, coordenadora do tratamento de compradores compulsivos do Instituto de Psiquiatria no Hospital das Clínicas.
Outra orientação dos especialistas é planejar o orçamento, prever algumas compras no mês e não abrir exceções. “Mesmo que a pessoa não tenha o hábito de fazer planilhas para acompanhar o orçamento, é preciso que ela conheça sua situação financeira e viva de acordo com ela. Quem faz compras por impulso, motivado pelas emoções, geralmente vive de acordo com o padrão de vida que gostaria de ter e não com o que realmente tem”, alerta Tatiana.
Para tirar a dúvida, e saber se você anda se rendendo às suas emoções com mais frequência do que deveria, confira os sinais que indicam que está no caminho da compulsão. Em alguns casos, vale até buscar ajuda profissional, para pôr um fim ao problema de forma definitiva.
- O prazer e a satisfação vêm do ato da compra, não importa muito qual foi o objeto adquirido;
- As compras não planejadas desequilibram o orçamento, originando um gasto excessivo;
- Os objetos adquiridos, que normalmente não são de primeira necessidade, são habitualmente esquecidos nos armários, oferecidos ou colecionados;
- Tanto o impulso, como a preocupação ou o ato de comprar causam estresse, perda de tempo e interferem profundamente na vida profissional e social;
- Esses comportamentos se repetem e é quase impossível resistir a eles. É mais difícil ainda quando se sente ira, medo, quando se está deprimido ou aborrecido. Nesses casos, a compra funciona como uma fuga da realidade.
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