A intensificação dos problemas de mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras reviveu a discussão quanto às possibilidades do uso massificado da bicicleta como meio de transporte. Milhares de pessoas por todo o país, cansadas de perder horas no trânsito todos os dias, já têm se valido dessa opção.
Com isso, um hábito que a princípio estava associado apenas a países desenvolvidos, sobretudo na Europa, começa a ganhar corpo no Brasil. Mas como é hoje a vida de quem só se desloca de bicicleta? Quais as vantagens e os desafios para quem contraria a cultura do automóvel? Confira a seguir uma discussão sobre o tema!
Faça as contas!
A primeira grande bandeira de quem é partidário da ideia de utilizar exclusivamente a bicicleta no dia a dia guarda relação com as vantagens financeiras de não ter que manter um carro. Quanto a isso, podemos dizer que os números impressionam.
Levantamento feito pelo site Infomoney dá conta de um gasto médio de quase R$ 2.000,00 para quem mantém um carro popular na cidade de São Paulo. Confira os números em detalhes:
Carro: Chevrolet Ônix 1.0 (Hatch mais vendido no país pelos dois últimos anos)
- Valor à vista: R$ 37.500,00
- Parcela financiamento: R$ 750,00
- Gasolina (10km por dia): R$ 300,00
- Parcela mensal seguro: R$ 220,00
- Lavagem mensal: R$ 40,00
- IPVA: R$ 105,00
- Seguro DPVAT: R$ 9,00
- Pedágio: R$ 60,00
- Manutenção preventiva: R$ 120,00 (valor da revisão anual divido em 12x)
- Desvalorização anual do bem: 10% ano – R$ 312,00/mês
Total: R$ 1.906,00
Sem dúvida alguma os valores impressionam. Para quem ganha cerca de 5 salários mínimos, o gasto com o carro utilizado como exemplo, considerado popular, corresponderia a 20% do orçamento mensal.
Desafios para quem só anda de bike
Não restam dúvidas de que não precisar manter um carro representa uma economia e tanto para o seu orçamento. Mas qual a viabilidade de realizar seus principais deslocamentos diários utilizando uma bicicleta? Conheça os principais deles:
Infraestrutura
As principais cidades do país com maior extensão de ciclovias e ciclofaixas são:
- São Paulo: 468 km
- Rio de Janeiro: 450 km
- Brasília: 420 km
Essa extensão de pistas próprias para o trânsito de ciclistas não chega nem perto da média observada nas capitais europeias reconhecidas por incentivar o uso massivo de bicicletas. Berlim e Amsterdã, por exemplo, tem cerca de 1.200 km de ciclovias cada uma.
Fragilidade do ciclista no trânsito
Outro ponto de dificuldade para quem utiliza bicicleta em centros urbanos diariamente é a fragilidade no trânsito. Infelizmente, ainda não existe uma cultura de respeito dos motoristas para com o ciclista, o que leva um número elevado de acidentes todos os dias.
Distância
A distância também se apresenta como um ponto de dificuldade. Afinal de contas, para grandes deslocamentos pode ser inviável chegar a seu destino sem desempenhar um grande esforço ou dispender muito tempo.
Territórios com grandes morros e ladeiras também se apresentam com impedimento para uma utilização eficiente da bicicleta como meio de transporte. Bikes elétricas podem ser uma opção para quem vive em cidades de relevo acidentado.
Como você pôde concluir, a utilização de bicicleta como meio de transporte preferencial pode representar um alívio para seu bolso e um ganho em termos de qualidade de vida. Ao mesmo tempo, é preciso observar a viabilidade de fazer essa mudança drástica em sua vida, pois o dia a dia no trânsito para o ciclista pode não ser fácil. Nossa dica é para que você experimente a mudança por algumas semanas e veja se, de fato, vale a pena a mudança de hábito.
E você, já pensou em abandonar o carro e começar a utilizar bicicleta para seus principais deslocamentos? O que você pensa disso? Registre sua opinião nos comentários!