Quando você utiliza o cartão, a transação financeira que ocorre é puramente virtual. Não há troca de dinheiro vivo, e muitas pessoas têm a falsa impressão de não estarem gastando dinheiro ao pagar por algum produto ou serviço. Se você pagasse tudo em dinheiro ou no débito, será que estaria gastando tanto quanto gasta atualmente com o seu cartão? Será que boa parte das coisas que você compra não seriam desnecessárias?
A possibilidade de parcelar as compras no cartão de crédito é atraente e é quase irresistível. A sensação de "poder pagar" aquele mimo, já que as parcelas serão diluídas ao longo dos próximos meses, muitas vezes faz o consumidor esquecer que há outras compras divididas no cartão que, somadas, podem causar aquele rombo no orçamento.
Não bastasse isso, outro erro comum (e muito semelhante ao anterior) é achar que você realmente possui o dinheiro equivalente ao valor do limite de seu cartão. Quanto maior é o limite oferecido pela operadora, mais sedutor é o convite a uma dívida de igual tamanho (ou ainda muito maior, como veremos em breve).
Por todos esses motivos, o uso do cartão de crédito inspira cuidados. É fácil perder o controle dos gastos e, quando não conseguimos pagar o total da fatura, os juros cobrados podem gerar uma bola de neve em dívidas. Por isso, preste atenção nos erros que mais cometemos ao usar o cartão de crédito – e saiba como evitá-los.
Acreditar que pagar o mínimo já é suficiente
Esse talvez seja o erro mais perigoso na utilização do cartão de crédito. Procure sempre realizar o pagamento total da fatura do cartão, e não somente o mínimo.
Quando você faz o pagamento mínimo, os chamados juros rotativos passam a incidir sobre o restante da dívida e essas taxas estão entre as mais altas do mercado.
Após a decisão do Banco Central em limitar a utilização do rotativo do cartão de crédito para 30 dias, o brasileiro não precisa mais ficar preso ao pagamento da parcela mínima sem prazo e limites acordados. Mesmo com essa mudança é importante estar atento a compra parcelada.
Agora, o cliente que não quitar toda a fatura no dia do vencimento, deve, necessariamente, liquidá-la na fatura seguinte. Caso isso não seja possível, o Banco Central sugere que os bancos proporcionem condições de parcelamento em até 24 vezes.
Acreditar que o parcelamento da dívida é a melhor opção
Considere outras alternativas para a quitação integral de sua dívida. Se você possui dinheiro aplicado em uma poupança de emergência, não hesite em sacar uma porção de suas reservas para se livrar imediatamente da situação na qual você se encontra. Os juros que você ganha na poupança são expressivamente menores do que os juros que incorrem sobre seu saldo devedor, ou seja, o rendimento de sua poupança não chegará nem perto do aumento de sua dívida no cartão.
Caso não possua uma reserva, tente se desfazer de algum bem do qual você não precisa no momento, ou, em último caso, tente contrair um empréstimo em alguma modalidade que pratique juros mais baixos.
A ilusão dos benefícios
Muita gente costuma justificar os gastos exorbitantes no cartão de crédito com a desculpa de que os benefícios oferecidos pela operadora valem a pena. Não caia nesta armadilha e evite adquirir produtos ou serviços desnecessários, mirando aquelas milhas a mais ou aquele desconto na gasolina, esquecendo-se da surpresa que certamente virá na fatura.
Como cada cartão oferece um conjunto diferente de vantagens, boa parte das pessoas acaba tendo uma coleção de plásticos coloridos na carteira. Esse é outro erro tão grave quanto o anterior, pelo mesmo motivo: os descontos e as vantagens que você obtém podem passar longe das taxas de anuidade e outros encargos que você está pagando.
Finalmente, consulte as operadoras de seus cartões para saber o quanto está realmente custando ter cada um deles. Compare esse preço ao valor dos benefícios que você está realmente recebendo. De nada adianta ter o direito a alguma coisa se você não está de fato usufruindo.