Para empresários ou empreendedores, a palavra crise pode significar oportunidade. Mas, para a maioria dos brasileiros, é sinônimo de novos hábitos. Diante de dificuldades financeiras, os consumidores precisam adaptar seus orçamentos. Um estudo da GfK mostra que esses hábitos tendem a perdurar após a crise. A pesquisa online foi feita com 350 consumidores brasileiros em fevereiro de 2017, com o objetivo de mostrar a nova dinâmica da população.
Os consumidores passaram a experimentar novas marcas – geralmente mais baratas – e canais de compra. Um dos canais que mais se destacaram, inclusive para compra de itens básicos, foi o e-commerce. Não é novidade que as compras no ambiente digital tem movimentado cada vez mais recursos, mas a pesquisa mostrou que 78% dos entrevistados passaram a comparar preços de itens básicos no ambiente online.
“Na venda de produtos alimentares, bebidas e perecíveis, o problema não está no hábito do consumidor, mas na oferta. É muito complexo montar uma operação de logística para algo que é perecível. A geração X ou Y mais tardia ainda cresceu comprando comida em mercado físico, mas para a geração Z ou para as próximas – mais habituadas às compras online, não fará mais sentido comprar nada no meio físico”, avalia Minoru Wakabayashi, diretor da GFK.
A pesquisa usou dados comparativos da Espanha. De acordo com Minoru, o país apresenta hábitos culturais e de consumo similares ao Brasil, e passou por uma situação semelhante. Consumidores espanhóis, no entanto, pensavam que a crise no país seria longa: 31% deles acreditavam que ela duraria entre um e dois anos e 26% imaginaram entre dois e 3 anos. Já os brasileiros se mostraram mais otimistas quanto ao contexto econômico brasileiro: 31% deles acreditavam que a crise duraria entre seis meses e um ano – mesmo que ela já dure mais do que isso.
Entre os itens mais cortados do orçamento dos brasileiros foram as férias e viagens, de acordo com 40% dos respondentes, seguidas de atividades de entretenimento como cinema, teatro e eventos esportivos. Itens essenciais do churrasco, como cerveja, carne bovina e refrigerante, também foram significativamente afetados nos últimos meses, já que quase 4 em cada 10 brasileiros mudaram seus hábitos em relação a estes produtos. 23% das pessoas disseram ter deixado de comprar cerveja, e 17% deixaram de comprar refrigerante. Mais de 40% passaram a comprar estes produtos em menor quantidade. Em relação à carne bovina, 16% passaram a se preocupar com promoções.
“Vimos uma retração na carne bovina que tem tido aumento de preço maior que a inflação. Ao mesmo tempo, houve aumento na compra de frango e de carne suína”, explica Minoru. Itens de higiene, como sabão em pó e xampu, também foram substituídos por marcas mais baratas, de acordo com pelo menos 40% dos entrevistados.
E você, quais hábitos você mudou para não estourar o orçamento?
Com informações do Meio & Mensagem