Saiu mais uma dieta nova. Tenta um mês, dois. Espera entrar naquela roupinha desejada – talvez não dê. Milagres podem acontecer, né? Nada de resultados. Desiste.
Nem precisamos dizer que todo mundo já viveu algo parecido. Esse cenário é o resultado de várias tentativas que levaram à falha das dietas. E dissemos: você sabia disso...!
Essas dietas da moda dão resultado (se derem) só durante algum tempo; depois volta tudo como antes. E por que? Porque os velhos hábitos (que, no fundo, nem mudaram tanto assim), regressam a sua vida… E a mudança… Essa durou apenas algum tempo e, mais uma vez, fica a frustração e a zanga consigo próprio por não ter conseguido. Por ter falhado mais uma vez.
A autora
A jornalista inglesa Bee Wilson sabe bem que velhos hábitos custam a ir embora. Na adolescência, ela mesma manteve um ritual autoindulgente de que custou a se livrar.
Filha de pais divorciados, ela conta que o pai a acompanhava à estação de trem aos finais de semana. Enquanto esperava a hora de partir, ganhava dele um doce e uma revista para ir distraindo a cabeça, durante o trajeto de volta para a casa da mãe. O costume foi cultivado por muito tempo e virou uma espécie de segredo feliz entre pai e filha. Mesmo brigando com a balança, Wilson não conseguia largar o vício do docinho. Anos depois, entendeu que as balinhas de leite maltado cobertas de chocolate também eram seu jeito de lidar com a dor.
A obra
“Como aprendemos a comer”, publicado em 2017 no Brasil, retrata a maneira como lidamos com a comida e por que temos tanta resistência a certos tipos de alimentos e com outros, não. Wilson é historiadora e autora de reportagens sobre alimentação, arte e história. A obra tem como fundamentos a antropologia, neurociência e biologia.
Prazer, culpa, emoções e memória (boa ou ruim) são capazes de explicar o que leva alguém a gostar de arroz cozido, mas ter nojo da textura do feijão; ou a sonhar com chocolate, mas não conseguir se aproximar de berinjela grelhada. “A vida moderna é cheia de comida, real ou imaginária”, diz a escritora na introdução do livro.
“Um grande número de adultos, bem como de crianças, já se habituou a comer uma versão da ‘comida infantilizada’ por toda a vida: doce, salgada, que não seja difícil de mastigar e de engolir e altamente processada”
A resistência em modificar um costume tem mais a ver com personalidade e oportunidade do que com fisiologia, em qualquer cultura humana – e isso independe da idade.
Corpo e mente em harmonia
Podemos dizer que cerca de 80% de todas as dietas não funcionam, porque a mente não acompanhou a mudança.
E o que é isto de mudar a mente? É simples. Não podemos querer mudar o nosso corpo e emagrecer “para sempre”, se não mudamos a nossa forma de ver as coisas. A nossa forma de ver a dieta. A nossa forma de ver um novo estilo de vida mais saudável.
Portanto, tem de haver um equilíbrio entre o corpo e a mente, para que os resultados sejam satisfatórios e, claro, duradouros. E você verá que não existe milagre, mas dedicação.
Sentir-se bem consigo mesmo é o que realmente importa.