Os jovens vêm surpreendendo a cada instante, no que diz respeito aos negócios. Eles vêm tomando os espaços e mostrando que conhecimento é o maior aliado na hora de empreender. Isso é o que nos mostra um estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Intitulada como Jovens Empresários Empreendedores, a pesquisa foi realizada em nove cidades do mundo – Berlim (Alemanha), Bombain (Índia), Londres (Inglaterra), Madri (Espanha), Moscou (Rússia), Nova York (Estados Unidos), Xangai (China) e, entre elas, também as brasileiras Rio de Janeiro e São Paulo – com a intenção de traçar o perfil de jovens empreendedores.
O resultado é empolgante: a pesquisa mostrou que dois a cada três jovens brasileiros querem se tornar empreendedores nos próximos anos.
Foram 5.681 entrevistas feitas entre homens e mulheres das classes A, B e C, com ensino superior completo ou em andamento, e na faixa etária dos 25 a 35 anos de idade. Sendo que, cerca da metade dos consultados já era empreendedor.
No Brasil, os principais motivos que inspiram os jovens a quererem investir em um negócio próprio, de acordo com a pesquisa, são, em primeiro lugar, a realização de um sonho (76,4%), em seguida, a qualidade de vida (75,6%), os altos ganhos financeiros (70%) e o mercado promissor (66,1%) e, claro, não podia faltar, o desejo de não ter um chefe (64,5%) – conta Flávio Maluf, presidente das empresas Eucatex.
Jovens brasileiros se preocupam com questões éticas
Segundo o estudo, com um índice que chega a 68,3%, os jovens brasileiros que já empreendem são mais ligados às causas éticas e socioambientais do que os jovens de outros países do mundo, que ficam na média dos 49%. O executivo Flavio Maluf salienta que a preocupação com o cenário ético em Nova York e Londres, por exemplo, é bem menor do que no Brasil – de acordo com o gerente de Pesquisa e Estatística da Firjan, Cesar Kayat Bedran, essa porcentagem fica na casa dos 22%.
Para Bedran, essa é uma situação que chama a atenção. “A gente categorizou esses jovens empreendedores brasileiros como uma geração híbrida. Isso porque eles têm a criatividade do empreendedor e a inquietude do jovem, mas carregam um senso de responsabilidade de gerações anteriores, de pais e avós. Ou seja, eles têm uma preocupação mais considerável com questões socioambientais do que em outros países, que, em alguns casos, são mais individualistas, mais preocupados em ganhar dinheiro, sem se preocupar muito até com o material que usam na confecção do seu produto”, declarou ele em entrevista.
Moscou e Madri apresentaram os resultados que mais se aproximam com os do Brasil – principalmente em questões como ética, gosto pela liderança, objetividade no negócio, organização para montagem do negócio, otimismo e apego à família. Entretanto, quando se trata da área socioambiental, os russos são mais individualistas que os brasileiros: eles querem ser os primeiros sempre.
Outro quesito relevante é quanto ao uso da tecnologia. O executivo Flavio Maluf ressalta que, conforme a pesquisa, 57,2% dos jovens empreendedores brasileiros utilizam os avanços tecnológicos para fazer networking ou construir uma rede de relacionamentos – percentual que só perde para Xangai, 69,1%. No entanto, também concluiu-se que os jovens de Londres e Nova York têm os perfis mais inovadores e que se arriscam muito em novos negócios.
Você conhece um jovem empreendedor ou é um? Conte para nós a sua experiência!