O revenge spending, ou gasto de vingança, em tradução livre, é um termo usado para explicar uma prática que consiste em rápidos e intensos períodos de consumo após um longo período de represamento. A expressão foi cunhada em 1980, na China, por conta de uma grande onda de compras verificada entre as famílias ricas após a abertura do comércio chinês. O termo serve muito bem para ilustrar uma tendência que tem pode ser recorrente quando os países interromperam a quarentena.
Para compreender essa questão, em primeiro lugar, precisamos compreender que o consumo é um ato emocional, além de racional, porque comprar é um ato prazeroso – isso é um fato. Por isso, muitas vezes, compramos para nos sentirmos recompensados ou menos estressados. E a pandemia de Covid-19 trouxe momentos inesperados de angústia e ansiedade, então, com o fim das medidas de isolamento, é esperado que muitas pessoas recorram às compras como uma forma de se auto bonificar por esse período difícil.
Além disso, também é necessário lembrar que o consumo é também uma forma de socialização. Quando a quarentena acabar, é provável que saídas para jantar ou ao cinema, por exemplo, fiquem muito mais frequentes como uma tentativa de compensar o período em que não podíamos nos encontrar com nossos amigos e familiares. Isso também pode gerar mais gastos.
Como já foi dito acima, comprar é prazeroso. E não é como se nós devêssemos negar o fator emocional envolvido nisso, mas é preciso sempre levar em conta o fator racional. Por isso, após o fim da pandemia, pare e pense se você precisa comprar as coisas que você tem vontade e, mais importante, se você tem condições financeiras para adquirir aquele item ou serviço que você deseja.
Lembre-se que quando você compra algo, mas não tem reais condições para o pagamento, por maior que seja o alívio emocional no momento, a dor de cabeça gerada por isso a longo prazo vai trazer muito mais estresse para você.