Que preservar o meio ambiente é importante, todo mundo já sabe. Agora, será que você já parou para pensar na origem dos produtos que você consome? Junto com o aumento da consciência ambiental das pessoas, tem crescido o mercado dos produtos sustentáveis. Óculos, capas para celular, relógios e roupas já fazem parte da “moda verde”.
Muitos empresários, como o brasiliense Rogério Brasolin, apostam nesta tendência. Sua empresa é uma das únicas do país com certificado de produtos totalmente renováveis como fibras, algodão orgânico, fio de bambu, óleos vegetais e materiais que, quando descartados, voltam à natureza sem causar qualquer prejuízo, segundo o empresário. “É impossível criar qualquer produto que não afete a natureza. O ponto chave é criar, tentando agredir o menos possível”, conta.
Estar atento ao modo de fabricação das peças é a dica dos especialistas da área. A utilização de produtos naturais por si só não é garantia de um produto sustentável. O professor de engenharia florestal da Universidade de Brasília (UNB) lembra que toda extração de matéria prima impacta o meio ambiente. “Mesmo que a retirada seja pequena, querendo ou não, o ecossistema terá prejuízos”, alerta.
Outro ponto que pode pesar na hora de escolher um produto “verde” é o preço. O custo relativamente alto desanima consumidores menos engajados. O preço de um óculos, por exemplo, pode variar de R$ 300 a R$ 500. Quando questionado pelo preço Rogério explica que 90% de seus produtos contam com materiais produzidos no Brasil e que são autorizados pelo IBAMA e SUDEMA. “Com essa autorização, a empresa tem a obrigação de devolver tudo o que recolhemos da natureza. Seja com a plantação de novas árvores ou reciclagem do material”, explica.
“Você não precisa deixar de consumir algo, para preservar o meio ambiente. O que precisamos e adequar à necessidade do consumidor com o que a natureza pode oferecer. Devemos prestar mais atenção no que consumimos”, conclui Brasolin.
Impacto ambiental
A madeira é o material mais utilizado na fabricação dessas peças. As principais são o bambu, imbuía, marfim e muiracatiara. O bambu, o mais conhecido, mesmo que encontrado com hoje, sofre com a falta de replantio por parte dos agricultores. O processo de amadurecimento, que varia de três a quatro anos, atinge o clímax natural quando retirado em grande quantidade.
A retirada, mesmo quando ocorre o replantio, causa prejuízos ao solo por ser uma plantação em larga escala, chamada de monocultura. A monocultura muitas vezes conta com a ajuda de agrotóxicos e venenos para combater pragas, como cupins, que prejudica a plantação e afeta agressivamente o solo.
Para o biólogo Marcos Morris, outro problema ocasionado é a falta de controle por parte do Governo. Segundo ele, a fabricação desses produtos deveria ser ilegal, pois o País ainda sofre com a falta de fiscalização. “A falta de fiscalização contruibui para o desmatamento e o comércio ilegal. Sou contra qualquer tipo de produção desse porte”, conta o biológo.